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Postado em 29/10/2021 - 12:19
Paxiúba: Uma Gente Que Se Move
Podcast realizado em residência editorial apresenta conversas entre o artista Denilson Baniwa e as lideranças, artistas e comunicadoras indígenas Renata Tupinambá, Eliane Potiguara e Maial Paiakan Kayapó
Da redação

Os trânsitos e deslocamentos pelo mundo regem as conversas que Denilson Baniwa realiza com Renata Tupinambá, Eliane Potiguara e Maial Paiakan Kayapó em edição especial do podcast ceLesTe, realizada pelo artista durante sua pesquisa no projeto Amazônia: Uma Residência Editorial, parceria da seLecT com a Pro Helvetia.

Paxiwa_Watasára Miráitá (Paxiúba: Uma Gente Que Se Move, tradução para o português do título em idioma nheengatu) traz uma súmula de três entrevistas fundamentais para o conhecimento da história dos movimentos de resistência indígena no Brasil e o entendimento da arte indígena contemporânea. Renata Tupinambá, jornalista, feminista, poeta, artista e uma das fundadoras, ao lado de Baniwa e Anápuáka Tupinambá, da Rádio Yandê, fala sobre as raízes da etnocomunicação e do etnojornalismo e da importância dessas redes na formação de uma nova geração de influencers indígenas.

Eliane Potiguara é uma das mais importantes lideranças e a primeira mulher indígena a publicar uma obra de poesia no Brasil. Fruto da diáspora dos Potiguara de sua aldeia natal, em Pernambuco, é nascida e criada nos morros do Rio de Janeiro. Com uma trajetória ímpar, abordada por Baniwa na conversa, é a iniciadora de organizações de mulheres indígenas, que abriram caminho para grandes movimentos sociais, como a Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília.

Já a conversa com Maial Paiakan é fundamental para o entendimento da função da arte na resistência e na luta indígenas. Filha e sobrinha de lideranças – o pai integrou a delegação Kayapó na Constituinte, em 1988, e a tia Tuíra enfrentou com um facão um dos responsáveis pela construção das usinas de Belo Monte e de Kararaô, em Altamira, em 1989 –, Maial é artista e advogada. Graduada em Direito pela Universidade de Tocantins e mestranda pela Universidade do Pará, atuou na Funai, na Secretaria Especial de Saúde Indígena e, com a deputada Joênia Wapichana, na assessoria legislativa da Câmera dos Deputados, em Brasília.

As entrevistas revelam o poder que a arte e os meios de comunicação comunitários têm e tiveram para o fortalecimento do movimento indígena no Brasil. Neste episódio de ceLesTe, Denilson Baniwa assina entrevistas e roteiro, Paula Alzugaray assina roteiro e direção editorial, Meno Del Picchia assina a produção musical, finalização de áudio e roteiro. O design é de Nina Lins. Agradecemos o artista Wescritor, que cedeu a música “Exemplo”. Inserções sonoras de gravações de cantos de luta, registradas nas ruas de Brasília por Del Picchia, em 2019, e de vídeos da Rádio Yandê.