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Július Koller, POKR(A)COVANIA A,B (U.F.O.), fotografia de 1982 (cortesia da galeria)
Postado em 16/02/2016 - 4:28
Silvia Cintra + Box 4 abre coletiva de verão Sem Saber Quando Virá o Amanhecer
Exposição traz nomes como Lucia Koch, Leonor Antunes e Eduardo T. Basualdo

Na história da arte a porta, elemento simples do qual são extraídos inúmeros significados, tem sido usada frequentemente como referência, desde a Porta de Marcel Duchamp na 11 rue Larrey, Paris; até às silenciosas portas nas pinturas de Vilhelm Hammershøi. Fala-se de portas como se pode falar de gavetas, espelhos, escadas ou rosas. Os signos são a base da capacidade de comunicação e criatividade humana.

Sem Saber Quando Virá o Amanhecer, 13ª coletiva de verão que a Silvia Cintra + Box 4 abre no dia 18/2 (quinta-feira), apresenta trabalhos que aludem, questionam e enaltecem as diferentes significações deste objeto corriqueiro.  Quem os produziu foram os artistas Alek O. (Buenos Aires, 1981), Eduardo T. Basualdo (Buenos Aires, 1977), Francesca Woodman (Denver, 1958 – Nova York, 1981), Július Koller (Piestany, 1939 – Bratislava, 2007), Leonor Antunes (Lisboa, 1972), Lucia Koch (Porto Alegre, 1966), Marilá Dardot (Belo Horizonte, 1973), Nelson Leirner (São Paulo, 1932), Rodrigo Hernández (Cidade do México, 1983), Roman Ondák (Zilina, 1966), Roman Signer (Appenzell, 1938), Tiago Tebet (São Paulo, 1986), Tomás Colaço, (Lisboa, 1974).

O espaço será transformado pela obra Path, de Roman Ondák, que consiste em um cubo branco colocado na entrada, alterando a percepção do próprio espaço da galeria. Pode caminhar-se por fora ou dentro do cubo. Um corte horizontal feito ao nível da altura do artista atravessa todo o cubo e funciona como uma marca de passagem, remetendo a questões de presença e ausência. Relacionada à questão do tempo e da infinitude, a obra de Eduardo T. Basualdo, Mar Abierto, é um relógio sem números.

A porta como forma abstrata está presente nos trabalhos de Leonor Antunes, Lucia Koch e Tiago Tebet, que aludem sutilmente a elementos de limite entre espaços, e de Julius Koller e Roman Signer, na abordagem da transgressão, do não-limite, da ruptura das delimitações. Marilá Dardot traz para a exposição uma alusão poética e visual, assim como Rodrigo Hernández, que nos trabalhos da série A Sense of Possibility, refere-se à distinção entre sensibilidade e razão, corpo e mente.

Nas pinturas de Tomás Colaço os detalhes da paisagem e do interior de um sanatório trazem à exposição o caráter do espaço físico contraposto ao espaço psicológico. Portas e passagens surgem como analogias de uma viagem mental ou psicodélica nos trabalhos de Nelson Leirner e Francesca Woodman.

Em The Doors, Alek O. registra todas as portas pela qual ela passou num dia em Londres. Por meio de um elemento encontrado em qualquer parte do mundo, a artista retrata a vida cotidiana pelo aspecto das escolhas, das entradas e saídas, dos espaços e dos não-espaços – da extensão de portas em cada vida.

Serviço: Sem Saber Quando Virá o Amanhecer, de 18/2 a 19/3, Silvia Cintra + Box 4, Rua das Acácias, 104, Gávea, Rio de Janeiro