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Desenho Sergio Rodrigues na poltrona Mole (Foto: Acervo Instituto Sergio Rodrigues)
Postado em 07/06/2018 - 4:58
Sergio Rodrigues em exposição no Itaú Cultural
Para Fernando Mendes, presidente do Instituto Sergio Rodrigues, trata-se da mais abrangente individual já feita do designer e arquiteto
Luana Fortes

Visitar a exposição Ser Estar – Sergio Rodrigues, que abre em 9/6 em três andares do Itaú Cultural, significa conhecer outras facetas do designer brasileiro. Bastante renomado pela criação do banco Mocho em 1954 e da poltrona Mole em 1957, Rodrigues chegou a produzir 1,2 mil móveis durante seus mais de 60 anos de trajetória profissional. Sua individual no instituto apresenta 500 itens e vai além de peças de mobiliário. O designer era também arquiteto, empresário e cartunista.

Sergio Rodrigues quando criança em 1930 (Foto: Acervo Instituto Sergio Rodrigues)

No piso inferior, o público trava contato com a infância e juventude de Rodrigues a partir de fotos de álbuns de família, desenhos e vídeos ilustrativos da época. Ele era neto do jornalista criador do jornal A Crítica, Mário Rodrigues, sobrinho do dramaturgo Nelson Rodrigues e filho do artista e ilustrador Roberto Rodrigues. Seu pai foi assassinado na redação do jornal por um tiro que era na realidade dirigido ao avô. Sobre a produção de seu pai, o designer escreveu: “Eu não conheci, realmente, o meu pai. Ele morreu quando eu tinha 2 anos. (…) Mas como artista eu gosto muito do trabalho dele. Eu gosto de desenhar. Tem alguma coisa, em determinados desenhos, semelhante aos desenhos do meu pai.”

Ainda no mesmo piso, foi feita uma ambientação da Oca, espaço de produção e venda de design nacional criado por Sergio Rodrigues em 1955. “Aí começou uma sequência de eventos que fazíamos praticamente duas vezes por mês, pelo menos, e a loja passou a ser uma galeria. Galeria de móveis e galeria de arte também. Tinha livros, apresentação… Um espaço cultural”, afirmou Rodrigues sobre a Oca. 

Subindo as escadas, no piso -1 do Itaú Cultural, uma linha do tempo organiza 38 móveis feitos entre 1957 e 2014, ano de sua morte. Algumas das peças são realmente antigas e outras fabricadas a partir dos projetos originais. Entre os itens estão evidentemente os emblemáticos banco Mocho, poltrona Mole e sua última criação, a Benjamin.

Por fim, o visitante passa a saber mais sobre a experiência de Rodrigues com a arquitetura. Entre protótipos, maquetes, croquis e projetos, há uma reprodução em escala natural de um ambiente criado por ele para uma casa SR2, seu próprio sistema de construção.

Os curadores da exposição são Daniela Thomas, Mari Stockler, Felipe Tassara e Fernando Mendes. No texto preparado para a mostra, a equipe ressalta que Ser Estar – Sergio Rodrigues busca refletir o desejo de desenhar lugares e móveis para o prazer de viver. De acordo com Mendes, que também preside o Instituto Sergio Rodrigues, essa é a individual mais abrangente do designer e arquiteto.

No dia da abertura, 9/6, às 11h, acontece também o lançamento do livro Fortuna Crítica/ Sergio Rodrigues, focado na produção intelectual de Rodrigues. A publicação foi curada por Afonso Luz, ao lado de Mendes, e teve patrocínio do Banco Itaú. O livro será vendido na ocasião por R$ 100.

Serviço
Ser Estar – Sergio Rodrigues
Itaú Cultural
Av. Paulista, 149 – São Paulo
De 9/6 a 5/8/2018
itaucultural.org.br