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Detalhe de Legitimando O Transe (2020), de Letícia Lopes (Foto: Divulgação)
Postado em 23/09/2020 - 9:46
Agenda do fim do mundo (23 a 30/9)
Amanhã Há de Ser Outro Dia; Entretelas; Latitude Art Fair; Stênio Burgos; Gilvan Samico e Ariano Suassuna; Simon Fernandes
Da redação

“A noção de ‘identidade’ conseguiu colocar-se no centro dos embates políticos de nossa época. Ela trouxe novos problemas e novas sensibilidades com as quais precisaremos lidar no interior das lutas sociais contemporâneas por reconhecimento. Para ela, convergem questões práticas e teóricas complexas que concernem a integralidades dos sujeitos, pois tocam a gramática social naquilo que ela tem de mais estruturador, a saber, em suas dinâmicas de relação e de unidade.”
Vladimir Safatle em Identitarismo branco

FEIRA
Latitude Art Fair
De 24 a 27/9, 50 galerias participantes do programa Latitude apresentam a primeira feira organizada pelo projeto, cujo objetivo é promover a internacionalização do mercado de arte brasileiro. Disponível pela plataforma Artsy, a Latitude Art Fair também conta com visitas guiadas e lives com artistas e curadores.

Corpo Flor (2016), de Castiel Vitorino (Foto: Reprodução)

PALESTRA
Espaço Preto (Black Space), Part One: How to Write a Feminist History of the Recent Past
Uma série de conversas entre artistas e curadores brasileiros, promovida pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), busca narrar a história da arte a partir da criação de negros e indígenas. Organizado por Thomas Lax, como parte do prêmio Cisneros para pesquisa, o projeto quer compreender processos de resistência dentro do colonialismo O primeiro encontro, em 28/9, discute o feminismo no contexto latino-americano e conta com a participação da artista Rosana Paulino e da curadora Diane Lima. Para participar, é necessário inscrição prévia.  

Flyer do projeto Entretelas (Foto: Divulgação)

DEBATE
Entretelas
Alunos e professores do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da USP promovem quinzenalmente, das 19h30 às 21h, encontros com recém doutores da área. O projeto contribui para a divulgação da pesquisa acadêmica em arte e estreia, nesta quarta, 23/9, com a participação de Fabricia Jordão, que discute sua tese As atuações e contribuições institucionais de artistas e intelectuais no campo das artes visuais durante o período da redemocratização brasileira (1974-1989). Entre os próximos convidados confirmados, estão Thiago Gil, Filipe Barrocas e Milena Durante. 

Durante a marcha pelos votos do povo em Londres, foram produzidos fantoches parodiando o estrategista político Dominic Cummings (Foto: Clem Rutter / Reprodução)

ANÁLISE
When the Money Runs Out, What Might a ‘Poor Art’ Look Like?
O escritor Ben Eastham analisa como algumas das premissas da arte povera se alinham com os ideais da extrema direita e parecem fazer cada vez mais sentido diante de um mundo que está em colapso social, econômico e ecológico. Para o autor, a mudança radical em relação aos artistas do movimento, encabeçados pelo crítico Germano Celant, seria o abandono do modelo de artista heróico, hedonista e muitas vezes masculino, para um modo de produção, circulação e discussão que atue numa esfera mais colaborativa, compartilhada e contextualizada.

Poster da exposição Amanhã Há de Ser Outro Dia (Foto: Reprodução)

EXPOSIÇÃO
Amanhã Há de Ser Outro Dia
O ateliê de Iván Argote, em Paris, é o espaço reservado para a exposição-manifesto de artistas brasileiros contra a atual situação política, sanitária e ambiental do país. Com curadoria de Sofia Lanusse e iniciativa de Sandra Hegedüs, o projeto inclui nomes como Lyz Parayzo, Rodrigo Braga, Julio Villani e Wagner Schwartz, e conta com uma série de debates entre os artistas participantes. Até 30/9.

Alexandrino e o Pássaro de Fogo (1962), de Gilvan Samico (Foto: Divulgação)

EXPOSIÇÃO
Samico e Suassuna – Lunário Perpétuo
Na inauguração de sua nova sede, a Galeria Base apresenta uma exposição de gravuras de Gilvan Samico e Ariano Suassuna, pontuadas por outras de Anna Maria Maiolino, Derlon e Oswaldo Goeldi. Com texto assinado por Douglas de Freitas, o projeto acontece de 26/9 a 14/11 e busca contextualizar os usos do cordel ao longo de sua história. 

Pintura de Stênio Burgos, na exposição Realtopia (Foto: Ares Soares)

EXPOSIÇÃO
Realtopia
O Espaço Cultural Unifor apresenta individual do artista cearense Stênio Burgos até 20/12. Cerca de 70 pinturas, entre retratos, interiores e paisagens, construídas com grossas camadas de tinta, foram organizadas em uma curadoria de Olga Paiva. Entre os temas que norteiam as obras, estão o cotidiano, o espaço doméstico e a natureza. 

Água Viva (2020), de Simon Fernandes (Foto: Divulgação)

EXPOSIÇÃO
Enquanto Dormimos a Cidade Nos Arranha
Em colaboração com o curador Gabriel Bogossian, Simon Fernandes apresenta uma exposição em que explora o espaço doméstico, urbano e digital, discutindo as relações entre corpo, tecnologia e cidade. Em seu apartamento no centro de São Paulo, em pontos dispersos nos arredores do Edifício Copan e em uma sala virtual, o artista mistura esculturas de LED, projeções em janelas e objetos digitais. Produzida de forma independente, a exposição pode ser visitada mediante agendamento até 16/10. 

Flyer do ProjectoMAP 2010–2020. Mapa ou Exposição (Foto: Reprodução)

EXPOSIÇÃO
Projecto MAP 2010-2020. Mapa ou Exposição
Com curadoria de Alda Galsterer e Verónica de Mello, o Museu Coleção Berardo, em Lisboa, apresenta uma coletiva que busca mapear a produção contemporânea portuguesa desde o fim dos anos 1960. A mostra parte de uma exposição experimental realizada no Kunsthalle de Berna, na qual a colaboração entre artistas e curadores foram se agregando orgânica e afetivamente para somar mais de 400 obras. A mesma dinâmica foi usada no projeto atual, em um processo que corre desde 2010 e conta com mais de 360 artistas, apresentados sem hierarquia. De 24/9 a 10/1/2021

Obra do projeto E Daí? (Foto: Divulgação)

EXPOSIÇÃO
E Daí?
O coletivo homônimo à mostra E Daí? sobrepõe, em pinturas em óleo sobre tela, imagens de cunho nacionalista, usadas ao longo dos governos autoritários no Brasil, a frases racistas, sexistas e que incitam violência pronunciadas por Jair Bolsonaro. 24 obras podem ser conferidas virtualmente no Instagram do grupo. “O intuito da exposição é expor o ódio em sua mais clara crueza, para que possamos responder: é isso que queremos, é nesse mundo que queremos viver?”, afirmam os integrantes.